sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
The best bosta big brother
Meu verbo se levanta
Abre fogo da garganta
Contra essa gaiatice
Quem canta só de estampa
É da Caras Veja lá na banca
Ou boneca de show business.
Destravo a trava dessa tranca
Boto bronca nessa banda
Não retiro o que disse
A moda que tu lanças
Até quando vem de canja
O negócio é só grife.
Quem acredita que te compra
Nesse bote só tem pompa
Falta poesia sobra piercing
BBB, agency top models
Vinte pontos no ibope
Silicone, esteróide e tolice.
The best bosta brother sister
Do fast food kit fode
É o sabor do acepipe
Serve merda de bandeja
Cobertura chantilly e cereja
E cobra taxa da burrice.
in: Em ponto de bala, no prelo, por Ricardo Evangelista
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
JÓIA
É tudo aquilo brilhante
que pessoas de brilho próprio duvidoso
ostentam com soberba de estilo
e acreditam cegamente
que esta lhes dará muito mais brilho
que de fato suas mínimas vidas tem.
que pessoas de brilho próprio duvidoso
ostentam com soberba de estilo
e acreditam cegamente
que esta lhes dará muito mais brilho
que de fato suas mínimas vidas tem.
Ricardo Evangelista
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
VERBO SOLTO por RICARDO EVANGELISTA
Mudo que é errado
começo comigo
verbo solto é o recado.
Assim ou assado
funk ou umbigado
bom exemplo vem do black
bom exemplo vem do brother
como vem de todo lado.
Mudo que é errado
começo comigo
verbo solto é o recado.
Batalhador ou desocupado
inquilino ou despejado
bom exemplo vem da balada
bom exemplo vem da quebrada
como vem de quem não está parado.
Mudo que é errado
começo comigo
verbo solto é o recado.
Evangélico ou beato
hetero ou viado
bom exemplo vem do pastor
bom exemplo vem do professor
como vem de quem não está acostumado.
Mudo que é errado
começo comigo
verbo solto é o recado.
De perna pro ar ou cansado
à pé ou motorizado
bom exemplo vem da madre
bom exemplo vem do padre
como vem de quem não está ultrapassado.
Mudo que é errado
começo comigo
verbo solto é o recado.
Se honestidade é raridade
ser honesto é um defeito
que seja um novo vício
que seja agora o início
que mude o que tem de ser mudado.
Mudo que é errado
começo comigo
verbo solto é o recado.
in: Em ponto de bala, no prelo.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
NATAL
ESSE PAPAI NOEL É UMA
“ANTA”
DIZ-ME A POBRE
CRIANCINHA.
DÁ PRESENTE PARA A
BRANCA,
MAS ESQUECE DA
NEGRINHA.
( do livro TROVA TORTA QUADRA CEGA, no prelo )
EM PONTO DE BALA - drops poemas
Hai créu: Belo
Horrorizonte
Acabo de chegar da
rua
Vi tanta cratera,
pensei:
Estou na lua.
Hai créu: Natal
Estão todos reféns
compra-se o que não
pode
gasta-se o que não
tem.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
VIVA A MÚSICA (TRO)PEIRAUTA BRASILEIRA!!
Das dores todas que
tive
o desamor, que mais
doía,
fez-se de morto o que
vive
vestiu de noite, meus
dias.
( Em ponto de bala, no prelo )
AM E FM NATUREZA
AM E FM NATUREZA
Eu curto am e fm
natureza
feita de ondas de rio
e mar
não aceita jangada de
jabá
só toca
som de cachoeira
canto de sabiá
groove de grilo
grunhido de gralha
trinado de trinca
ferro
algazarra de arara
peripécias de
periquitos e araras
patrocínio: criador do infinito.
in: Em ponto de bala, no prelo
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Votos de fim de ano
Entre perdas e danos
que nós nos causamos
façamos o balanço
não das moedas mas dos enganos.
de cima do décimo segundo andar do ano
quem sabe talvez decretemos
para nosso bem e o bem geral do convívio humano
extinta num ato toda forma de vileza e desamor
sepulta-se num átimo aquela hipocrisia
aquela inveja,
a ira, a cobiça
a ganância, a injustiça,
a infâmia e a praticada egolatria.
abole-se agora toda incomprensão e impaciência
a ignorância, a inconsequência
a deselegância, a arrogãncia
o esnobismo, a inconveniência
e a propósito também o desrespeito
expira-se o prazo de toda aquela idiotice,
a desconfiança, a cegueira, a burrice,
a raiva descabida, a calúnia, a injúria,
a mesquinharia e a indiferença
esgota-se a validade de todo dissabor
destilado e ornamentado
em gestos, palavras, em silêncios,
em olhares, atos declarados ou em segredos
desferido no entrechocar-se de nossas vidas
e no adeus de nossos dedos
neste ano que o fim enseja
elimina-se desde já tudo aquilo que não presta e não viceja
e no ano vindouro
como valente mouro
quem sabe melhor conosco, com nossa consciência
e com o semelhante
possamos fazer da vida uma viagem leal e verdadeira
com gratidão e humildemente fraterna
como ainda não tivemos.
( Evangelista, Ricardo, in Mineral, 2004 , Rede Catitu Cultural )
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